Atletas da ELASE falam da experiência na seleção brasileira de vôlei, sub-19

A ELASE investe constantemente na formação de atletas de base. Só para exemplificar, dois talentos do clube representaram a seleção brasileira sub-19 de vôlei no Campeonato Mundial do Irã, no último mês de agosto. Assim, os atletas do vôlei da ELASE Bernardo e Witallo, ambos com 17 anos, mostram a força da equipe no esporte.

A seguir, você confere um bate-papo com Bernardo Adam Tozzo Alfredo e Witallo Juan de Sousa Oliveira, jovens promessas do vôlei brasileiro. A dupla da ELASE conta um pouco sobre como chegaram ao clube e o que esperam para o futuro. Aliás, ambos conquistaram recentemente o Campeonato Catarinense sub-18 de vôlei com a ELASE.

Como foi o início da carreira no vôlei?

Bernardo: O início da minha carreira se deu efetivamente em Itajaí, onde fui federado em meu primeiro clube, o Itajaí Pró-Vôlei, mas tive bastante contato com o voleibol antes disso, no Rio Grande do Sul. Meu pai foi atleta de voleibol em Maringá-PR e sempre fui incentivado à prática esportiva. Em 2017, participei dos meus primeiros campeonatos em SC, e a ELASE sempre esteve presente neles. Em 2018, recebi o convite para compor o grupo na Taça Paraná e aceitei.

Me senti parte da equipe e, no início de 2019, aceitei a proposta para mudança definitiva de clube, o maior ponto de inflexão da minha vida até hoje. Ir para a ELASE significou uma mudança drástica na minha rotina, com treinos mais pesados, viagens e campeonatos quase toda semana. Sou muito grato a tudo que o Itajaí Pró-Vôlei me ensinou e proporcionou, e à ELASE, também, por potencializar a minha condição como atleta.

Como começou no vôlei e como era a rotina?

Witallo: Eu comecei a jogar em 2017 no Brasília Vôlei. Antes de entrar no vôlei eu estava treinando para ser goleiro, só que eu era muito descoordenado para jogar futebol. Meu primo Felipe já jogava vôlei e me chamou para ir treinar. No primeiro dia foi um desastre, eu só atrapalhava. Falei com o meu primo que não ia dar certo, mas ele não queria que eu desistisse, então sempre me motivava a ir treinar. Em 2019, o técnico Adiel Carvalho me chamou para fazer parte de um time que iria aos jogos escolares, só que eu precisava ir para uma escola que ficava muito longe da minha casa, mas mesmo assim eu decidi ir.

Foi aí que começou a minha rotina de atleta, eu acordava 4h40min da manhã para ir estudar, porque além da escola ser muito longe da minha casa também tinha muito trânsito, então eu saia de casa 5h e chegava no colégio 6h50. A aula terminava meio-dia, eu ia almoçar ali perto e logo em seguida ia para academia. O treinamento era das 15h às 18h. Depois pegava carona com o meu técnico até um ponto para pegar um ônibus pro terminal onde meu pai me buscava, assim chegava em casa às 21h. Essa  foi minha rotina de segunda a sexta por 2 anos.

Como a ELASE contribuiu para o sucesso na seleção brasileira?

Bernardo: A ELASE tem profissionais muito competentes e experientes. Com certeza minha participação na seleção brasileira é consequência de muito trabalho feito por eles em conjunto com toda a equipe nesses quase três anos que estou fazendo parte do clube.

Witallo: O clube me ajudou a corrigir vários movimentos que fizeram muita diferença, além de me ajudar psicologicamente me passando confiança.

Como foi disputar um campeonato mundial? Quais os principais obstáculos e adversários que vocês enfrentaram? A pandemia do Covid-19 dificultou muito as coisas?

Bernardo: Disputar um campeonato mundial foi uma experiência muito relevante para minha carreira e para o meu repertório esportivo. Voltei de lá como uma pessoa nova e um atleta novo. Minha mente abriu de uma forma que nunca tinha conhecido antes. Nossos obstáculos e dificuldades, pelo menos na minha visão, sempre foram nós mesmos. Passar por uma pandemia sem competições em 2020 e logo depois formar uma equipe em 3 meses foi muito desafiador. Os treinamentos em Saquarema  (RJ) foram extremamente intensos e geraram diversos atritos, coisa que, em qualquer equipe, acontece. Mas passar por eles e superar os desafios, em pouquíssimo tempo, foi uma grande exigência psicológica e um grande entendimento de todos que estavam no processo. Graças a essas dificuldades conseguimos formar um time unido e da melhor forma para disputar o campeonato.

Witallo: Foi um campeonato muito importante para mim, consegui evoluir bastante como atleta e como pessoa. Nosso principal obstáculo foi o nosso psicológico, teve momentos que oscilamos muito e nessas oscilações o campeonato foi embora. A pandemia atrapalhou bastante o nosso desempenho, por causa dela não tivemos o sul-americano.

Como foi o processo e a decisão de se tornar atleta do vôlei da ELASE?

Bernardo: Como falei anteriormente, foi o maior ponto de inflexão da minha vida. Era tomar uma decisão levando em conta o que seria melhor para a minha carreira. Sair da zona de conforto ou não. Foi o melhor “sim” que já falei.

Witallo: De todas as propostas que recebi, eu gostei mais da ELASE porque é uma equipe bem organizada, bem planejada e com excelentes profissionais.

Que mensagem você gostaria de deixar para as meninas e meninos que estão iniciando seus treinos no nosso clube?

Bernardo: Quero deixar para as meninas e para os rapazes o lembrete de que, se eles querem muito algo por interesse do próprio coração, não existe o que seja impossível. Sou prova viva disso porque virei líbero em 3 meses, disputando vaga com atletas que jogam na posição faz tempo. Consegui me superar e ir para meu primeiro campeonato na posição, no Irã. Se eles querem muito o voleibol na vida deles, o lugar é a ELASE. Lembrando: não matem a série na academia, isso faz diferença!

Witallo: Se você tem um sonho, você deve lutar por ele e nunca baixar a cabeça quando alguém falar que você não consegue. Se algum dia alguém falar que você não vai conseguir, use isso como motivação, vai lá e mostra que não é bem assim.

Por último, o que vocês sentiram quando vestiram pela primeira vez o uniforme da seleção e perceberam no peito a bandeira do Brasil?

Bernardo: Vestir a camiseta do Brasil não é simples, mas é. Digo isso porque sempre existem dois lados em jogar pelo Brasil. Uma responsabilidade enorme em representar quem sempre te apoiou e sempre esteve do seu lado e, ao mesmo tempo, uma diversão imensa, pois é aquilo que eu amo fazer. No fim das contas, essa complexidade é resumida em prazer. Olhar para a Bandeira verde e amarela e cantar o hino é emocionante. Todo trabalho sendo recompensado é muito satisfatório, e essa recompensa com certeza é jogar em alto nível com os melhores do mundo.

Witallo: Uma sensação surreal, estar ali representando o seu país dá orgulho para aqueles que sempre acreditaram em mim.