Eduardo Sabi Faquin: Uma jornada de sucesso do voleibol da ELASE à Seleção Brasileira

Formado no projeto de voleibol da ELASE, Eduardo Sabi Faquin fez parte do Clube de 2014 a 2022, passando por todas as categorias de base no Clube. Atualmente o atleta é levantador da Park University na Liga NAIA – EUA, além de ter defendido o Brasil, no mundial deste ano, no Bahrein, pela categoria sub 21, junto ao elenco da Seleção Brasileira.

Descubra como a determinação, o treinamento mental e a formação de base foram essenciais para o crescimento do Eduardo como atleta de elite.

Hoje você joga e estuda nos EUA e já foi reconhecido em sua primeira temporada por lá. Conte como foi essa experiência?

Eduardo: A decisão de ir para os Estados Unidos, estudar e jogar, não foi uma decisão fácil, mas com toda certeza foi a decisão certa.

As experiências vividas dentro de quadra, como liderar um time cheio de atletas de países diferentes e culturas diferentes bastante desafiador, mas foi uma experiência tremenda e com um final sensacional.

Nosso time teve apenas duas derrotas na temporada sendo campeão da conferência e por conta desse trabalho coletivo fui reconhecido como melhor levantador. Com certeza o trabalho dentro de quadra possibilitou-me render nas aulas, conhecer novas pessoas e fazer amizades, viajar a vários lugares e crescer como ser humano.

É possível conciliar estudo, fazer faculdade e jogar em alto nível?

Eduardo: Na minha opinião, sim. Tudo é organização do seu tempo, até atletas profissionais têm 1 ou 2 horinhas por dia livres para estudar se quiserem e no meu caso a parte acadêmica é o que me possibilita jogar no alto nível do college, então acredito que tudo é organização do seu tempo para render dentro e fora de quadra.

De que forma a decisão de jogar nos EUA contribuiu para essa sua oportunidade na seleção?

Eduardo: Eu acho que a seleção brasileira foi um processo longo, construído desde quando eu jogava no Brasil e com certeza ir para os Estados Unidos fez parte dessa construção, onde eu pude ter uma experiência de nível mais alto e com adultos. Ser reconhecido individualmente entre eles, sem dúvida mostrou algo a mais no meu trabalho.

Qual a sensação de disputar um campeonato mundial na sua categoria e o sentimento de representar o seu país?

Eduardo: A sensação foi de orgulho e responsabilidade. Fiquei feliz demais por fazer parte do grupo da seleção juvenil nesse mundial e não tenho nada a dizer além de obrigado a todos pelo empenho e esforço que foram entregues em todo o momento do processo.

E claro, fica agora o sentimento de tristeza de um grupo tão unido e tão comprometido, por  não termos chegado no pódio, que era nosso grande objetivo para esse mundial.

Porém, a experiência e a bagagem que adquirimos nos darão a oportunidade de tomarmos melhores decisões no futuro e alcançarmos lugares mais altos com a seleção principal.

Quais os principais obstáculos e adversários que vocês enfrentaram no mundial?

Eduardo: Na minha visão, os principais adversários foram Itália e Argentina, a Itália foi uma pedra no nosso sapato pela rivalidade criada na competição, que veio da 1ª fase e continuou na 2ª fase e a Argentina, pelo fato nos conhecerem e termos jogado muitas vezes nessa trajetória até o mundial, dificultou demais nosso trabalho na hora decisiva. Quanto aos obstáculos, o maior deles foram as lesões e a parte física. Durante a competição tivemos jogadores importantes lesionados, o que impediu de mantermos o alto desempenho na reta final.

Qual o maior aprendizado nesse período com a seleção brasileira?

Eduardo: O maior aprendizado foi o quanto a parte mental é fundamental para atingirmos o nosso desempenho máximo. Isso porque, apesar de termos uma seleção muito alta, forte e técnica, muitas vezes sentíamos dificuldades em sustentar o jogo, principalmente em momentos adversos. Então, trabalhar a mente deve ser tão importante quanto a parte física, técnica e tática.

Você acredita que o trabalho de base que fez na ELASE contribuiu para chegar onde está agora?

Eduardo: Acredito que o trabalho feito no Clube contribuiu quase que 100%, não só dentro de quadra como fora dela. A formação que o clube nos dá é sensacional. Todo atleta que passa pela ELASE com certeza estará preparado para o esporte e para vida, seja onde for.

Você agora retorna para os EUA para dar continuidade nos estudos e qual a sua expectativa para a próxima temporada no voleibol americano?

Eduardo: A próxima temporada traz expectativas altas pelo fato de que, na temporada passada, chegamos às semifinais dos Nationals com um time praticamente todo de Freshman’s (Primeiro Ano de College). Então, com certeza a expectativa nessa próxima temporada é ser campeão nacional.

Obviamente, sempre com os pés no chão e entendendo que é um processo que não ocorre da noite para o dia. Seguimos treinando, ajustando e conversando desde o Fall para chegarmos bem no Spring e conseguirmos o nosso objetivo.

Que mensagem você deixaria para os meninos e meninas que estão iniciando seus treinos na ELASE e desejam se tornar atletas de alto nível?

Eduardo: Para os jovens que estão iniciando na ELASE, seja em qualquer esporte, eu diria para apenas aproveitarem. Esse tempo na ELASE e de categoria de base passa muito rápido.

Se dedique como se fosse fazer isso para o resto da vida. O voleibol sempre foi minha vida, mas eu não sabia se conseguiria viver e construir uma vida através dele. Contudo, desde que comecei no voleibol e na ELASE, eu treino como se fosse viver desse esporte. Apenas se divirta e coloque 100% de você quando estiver treinando. Assim, a recompensa vem quando menos esperamos.

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